11.8.11

CACHAÇA CINEMA CLUBE
SESSÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO 9 ANOS
19 DE AGOSTO DE 2011
NOVOS E NOVÍSSIMOS:
UM ENCONTRO DE GERAÇÕES
EM HOMENAGEM A GUSTAVO DAHL

Cinema Odeon, Rio de Janeiro, agosto de 2002. Uma sessão de filmes, seguida de degustação de cachaça, encontros, discussões informais e festa. Casa cheia, realizadores presentes, papos em dia. A primeira vez no letreiro: Cachaça Cinema Clube.

Desde então, a noite se repete, uma quarta-feira por mês. Tem gente que não perde um. Outros descobriram agora. Tem gente que já parou de ir e voltou. Tem gente que sai revoltado com os filmes exibidos. E vira frequentador assíduo. Para os íntimos, virou simplesmente “o” Cachaça. E no dia 19 de agosto é dia de comemorar o aniversário de 9 anos do cineclube mais famoso, mais legal e menos careta da cidade (à data não cabe modéstia). Até mudamos a sessão de dia neste mês: de quarta para sexta-feira, para a celebração ficar realmente especial.

O cineclube já exibiu todos os grandes diretores do cinema brasileiro, tanto do passado e do presente quanto do futuro. E, tendo levado ao cinema Odeon mais de 45 mil pessoas ao longo desses anos, se tornou muito mais do que “a boa de quarta-feira”, marcando território na formação de público e na garantia de exibição do cinema brasileiro. Por isso, o Cachaça não é só diversão, mas também é, e das boas.

As comemorações do Cachaça tentam acompanhar o agitado ano de 2011 para a arte cinematográfica: retrocessos no posicionamento político do Ministério da Cultura, recordes de
bilheteria e ocupação das salas, emergência dos coletivos, do cinema independente, dos blockbusters televisivos, discussões estéticas, celeumas nem tão novas assim... e até censura! A noite será de encontro de gerações e gritos pela liberdade. E, nessa sessão especial, a homenagem vai para o querido Gustavo Dahl, diretor, crítico e gestor cultural, que batalhou por toda a vida pelo engrandecimento do cinema brasileiro, falecido em julho passado.

A SESSÃO


Os cineastas cariocas Allan Ribeiro e Douglas Soares apresentam seu documentário invertido A Dama do Peixoto, repercutindo os novos tempos, de exposição demasiada, consciente e inconsciente. Allan Ribeiro, com seus 5 premiados curtas anteriores, embora não esteja incluído no grupo identificado em torno da alcunha “Novíssimo”, pode e deve ser incorporado aos cineastas contemporâneos que trouxeram novos ares ao nosso cinema.

A grande novidade do cinema brasileiro, o cinema coletivo e artesanal do grupo da Alumbramento Filmes, está presente com Longa vida ao cinema cearense, dirigido pelos Irmãos Pretti. No curta, os cineastas apresentam sua crítica ao modelo limitado e falido da fomentação cinematográfica burocrática via edital, forma superada e enterrada, alguns anos depois, no longa Estrada para Ythaca, filme que balançou a crítica cinematográfica pelo seu modo de produção e liberdade estética.

Outra referência do cinema de autor contemporâneo do Brasil, Felipe Bragança apresenta Desassossego 9: um índio, um robot, o raio laser, um fragmento do filme-projeto Desassossego (Filme das Maravilhas), que conta com 10 fragmentos de 14 diretores de 4 estados brasileiros em resposta a uma carta sobre utopia, amor e aventura. O longa, que estreia em 7 cidades brasileiras em setembro, é a terceira parte da trilogia Coração no Fogo. Felipe, roteirista de “O Céu de Suely” de Karim Ainouz, que criou saudável polêmica ao se despedir recentemente da crítica cinematográfica, ainda conta com a estreia do seu longa A Alegria, dirigido em parceria com Marina Meliande, no dia 19 de agosto.

Aos novíssimos, o Cachaça soma a tradição, com 3 curtas preciosos e pouco exibidos por aqui, Maria Gladys: uma atriz brasileira, filme de estreia de Norma Bengell na direção, de 1979, é um encontro de musas, protagonistas dos maiores momentos do cinema brasileiro. Meio-dia, de Helena Solberg, de 1969, é uma ode à revolução, que começa numa sala de aula e termina aos versos do hino de Caetano Veloso, “É proibido proibir.” E, finalmente no Cachaça Cinema Clube, um dos curtas mais geniais de Carlos Reichenbach, Sangue Corsário, que traduz as questões de toda uma geração ao confrontar um poeta e um bancário pelas ruas de São Paulo.

DESTAQUE

Em homenagem a Gustavo Dahl, exibiremos trechos do SRTV, programa idealizado pelo cineasta. No período de 1976 a 1980, o Setor de Rádio e Televisão (SRTV) da Embrafilme produziu aproximadamente 500 gravações com reportagens abordando o amplo universo da efervescente atividade cinematográfica no país nessa época. São depoimentos de cineastas, produtores, atores, pesquisadores, técnicos e making of de vários filmes, além de registros de festivais e jornadas de cinema (Brasília, Gramado e Salvador). Essas gravações, depois de editadas, eram veiculadas nos programas Coisas Nossas e Cinemateca, exibidos pela TVE-RJ.

Em processo de análise pelo Centro Técnico Audiovisual (CTAv), o programa traz imagens raras que testemunham os melhores momentos da história do cinema brasileiro.

OS FILMES

A dama do Peixoto, de Allan Ribeiro e Douglas Soares, 2011, 11’



"Ela está aqui, está ali, e os invisíveis são os outros."


Longa vida ao cinema cearense, de Irmãos Pretti, 2008, 11’



“Curiosidade. Um conselho aos jovens: curiosidade.” 


Desassossego 9: um índio, um robot, o raio laser, de Felipe Bragança, 2011, 5’.



 Fragmento integrante do filme Desassossego (Filme das Maravilhas), que conta com 10 fragmentos de 14 diretores de 4 estados brasileiros em resposta a uma carta sobre utopia, amor e aventura. Neste fragmento: uma índia segue sozinha na mata, até que escuta os passos de seu perseguidor.



Maria Gladys: uma atriz brasileira, de Norma Bengell, 1979, 10’



Ao som de "Índia", canção interpretada por Gal Costa, Maria Gladys fala diretamente para a câmera e dialoga com Norma Bengell. A entrevistada, que começou a carreira dançando rock, atuou junto com a cineasta em filmes de Domingos Oliveira, Júlio Bressane, Antônio Calmon e Neville D'Almeida.


Meio-dia, de Helena Solberg, 1969, 10’



Revolta em sala de aula, ao som de “É proibido proibir”.


Sangue Corsário, de Carlos Reichenbach, 1979, 10’


   
Perambulando por São Paulo durante a hora de almoço, um bancário encontra um amigo da década de 60 na galeria Metrópole. Trata-se de um poeta e andarilho urbano com o qual o atual bancário viveu intensamente os anos da contracultura. O tempo e a sobrevivência fez os dois escolherem profissões e caminhos existenciais opostos. É deste confronto entre opções de vida que o filme fala. Ao mesmo tempo, o entrecho é pretexto para o registro da obra poética, urbana e errática, de Orlando Parolini.

+ trechos do programa SRTV, 1976-1980, 15’


A FESTA

Além da tradicional combinação de Cachaça Claudionor, a 3ª melhor do Brasil, batida de gengibre do boteco Belmonte e DJ H, contamos, para comemorar os 9 anos do Cachaça Cinema Clube, com a banda de maior ibope e destaque de nossa recente história. Os Vulcânicos, com suas versões lança-chamas de clássicos do rock’n’roll, protagonizaram, em março de 2010, o melhor show já realizado em nossa envenenada festa cineclubista . O grupo, formado por Filipe Proença (voz /baixo), Dony Escobar (guitarra /voz) e Zozio Leão (bateria) flerta com o rock’n’roll 50´S e 60`s, rockabilly, surf music, jovem guarda e versões instrumentais para trilhas sonoras de clássicos do cinema. Tudo muito bem embalado e pronto pra explodir como um coquetel Molotov. (http://osvulcanicos.tnb.art.br/)

Além dos Vulcânicos contaremos com a apresentação de um convidado pra lá de ilustre: MC Fininho. Heterônimo do compositor e artista plástico Cabelo, MC Fininho, ao lado de diversos convidados especiais, traz à tona a atmosfera dos bailes funks antigos. Segundo Raul Mourão, trata-se de um funkeiro ancestral, animador de bailes, pesquisador musical, antropólogo das biroscas, repórter das vielas e florestas e compositor de funks. Cabelo, cujo filme sobre uma de suas bandas, Boato, há muito foi exibido no cineclube, além do cult A Peruca de Aquiles de Paulo Tiefenthaler, no qual participa como ator, está mais do que credenciado para elevar a moral dessa comemoração. Sany Pitbull, Jongui, Berna Ceppas, Marcelo Lobato e Kassin são alguns nomes que assinam a produção dos funks. MC Fininho além de letrista e intérprete é um grande performer, então vem com tudo que é diversão garantida.

SERVIÇO

9 anos do Cachaça Cinema Clube
19 de agosto de 2011, de 21h às 4h no Cinema Odeon Petrobras
Praça Floriano, 07 – Cinelândia.
Entrada: 10 reais (promoção meia para todos até 0h) / após 0h 15 reais (meia)/30 reais (inteira)
www.cachacacinemaclube.com​.br
cachacacinemaclube.blogspo​t.com

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