12.8.09

CACHAÇA CINEMA CLUBE
ANIVERSÁRIO DE 7 ANOS
19 DE AGOSTO DE 2009


O Cachaça Cinema Clube completa 7 anos de atividade no dia 19 de agosto, em sua 70ª sessão. São 7 anos de dedicação, investimento, aposta, pesquisa e celebração do cinema brasileiro: resgatando clássicos, redescobrindo obras, homenageando mestres, revirando memórias, lançando novidades. Um trabalho independente, movido à paixão pelo cinema, tal como um vício – “porque cinema é a nossa cachaça". Somos cachaçólatras assumidos, sim. Como resultado deste trabalho, orgulhamo-nos em ter garantido um espaço regular para a exibição de curtas metragens no Rio de Janeiro e ter arregimentado conosco muitos outros cachaçólatras, ávidos por consumir cinema nacional. Deixamos a modéstia à parte e reivindicamos, do alto dos nossos 7 anos de história, o uso da palavra "tradicional" para nos qualificar; e temos sim muitos motivos para comemorar.

Pela tela do Cachaça passaram pequenas obras de grandes nomes do cinema brasileiro, como: Rogério Sganzerla, Ozualdo Candeias, Andrea Tonacci, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Julio Bressane, Glauber Rocha, Helena Ignez, Paulo César Saraceni, João Batista de Andrade, Maurice Capovilla, Helena Solberg, Ivan Cardoso... E as novas gerações de cineastas também sempre estiveram presentes: André Sampaio, Cao Guimarães, Felipe Bragança, Marina Meliande, Kleber Mendonça Filho, Eduardo Valente, Eduardo Nunes, Eryk Rocha e tantos outros, de autores de obras únicas aos que vêm consolidando seus trabalhos na história recente do cinema. Ao longo desses anos, foram mais de 350 filmes exibidos para cerca de 35.000 pessoas. E, após as sessões, 350 horas de boa música e 2.000 litros de cachaça, coroando um novo perfil para a atividade cineclubista.

Para nossa festa de aniversário montamos uma programação inspirada na matéria primordial do cinema, a imagem. Filmes que trabalham a imagem como algo para além do mero objeto de captura das câmeras e das manipulações técnicas, que reflitam sobre o poder desta em transformar mentes, sentimentos e a própria apreensão da realidade. A imagem como uma ferramenta para compreender o mundo e a si próprio. Uma sessão com a cara própria do Cachaça: o melhor da recente produção brasileira em diálogo com obras-primas do cinema. Depois de homenagear tantos mestres brasileiros, estendemos nossa homenagem a 2 mestres franceses, Alain Resnais e Agnès Varda, celebrando a universalidade da linguagem cinematográfica. Tal homenagem conta com o apoio inestimável da Cinemateca da Embaixada da França.

Ocidente, de Leonardo Sette e Muro, de Tião, representam o que de melhor foi produzido no último ano, tendo sido indicados para o grande prêmio da Academia Brasileira de Cinema. Exibidos em festivais no mundo todo e ganhadores de diversos prêmios – mas, mais que isso, impressionaram profundamente a todos que os assistiram. Ocidente parte de um registro documental rumo à reflexão acerca da transitoriedade e permanência das coisas, tal como a filosofia exercida por todos, inconsciente e cotidianamente. O filme ganhou, entre outros, o prêmio de melhor filme do Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro. Muro é uma experiência radical de cinema, de sinopse lacônica e silenciosa e expressividade gritante. O filme foi exibido no Festival de Cannes este ano, entrando para o seleto grupo de filmes brasileiros lá premiados, recebendo o prêmio Regard Neuf (Olhar Novo) da Quinzena dos Realizadores.

DESTAQUES

No âmbito das comemorações do Ano da França no Brasil, o Cachaça Cinema Clube, em parceria com a Cinemateca da Embaixada da França, apresenta obras maiores do cinema mundial: O canto do estireno, de Alain Resnais e dois filmes de Agnès Varda, Tio Yanco e a série Um minuto para uma imagem. O filme de Resnais é um documentário que privilegia a plasticidade da imagem para investigar o processo de produção do próprio plástico. Seria simples se não fosse Resnais, que utiliza esta premissa artificial para falar da tecnologia, da civilização e também do humano. Os filmes de Varda exemplificam a subjetividade que permeia sua obra, que privilegia a manifestação do seu olhar pessoal sobre o mundo real na construção cinematográfica. Na série de mini-filmes, Um minuto para uma imagem, a cineasta verbaliza, brilhantemente, pensamentos e sensações despertadas à observação de fotos de terceiros – um exercício analítico de reflexão sobre como a foto apreende a realidade e como olhar realiza uma segunda apreensão dessa realidade. Uma experiência leve e também profunda, suave e também instigante, como toda a sua obra. Tio Yanco é um curta carinhoso sobre um parente da diretora que mora na América, que brinca com a construção do documentário e celebra a imagem e o cinema como meio de aproximar as pessoas e celebrar os encontros. Nada poderia ser mais a cara do Cachaça Cinema Clube.

OS FILMES


Ocidente
, de Leonardo Sette, 2008, 6’


Um casal em viagem.


O canto do estireno
(Le Chant du Styrène), de Alain Resnais, 1958, 14’


Documentário sobre a fabricação da matéria plástica, no qual a narração em versos alexandrinos de Raymond Queneau alia-se à tela larga do cinemascope. Prêmio Mercúrio de Ouro, Festival de Veneza, 1958. Legendas em português.


Muro, de Tião
, 2008, 18’


Alma no vazio, deserto em expansão.


Um Minuto para uma Imagem
(Une minute pour une image) , 1983, 20’


Seleção de uma série de 170 mini-filmes. Um comentário de um minuto sobre cada fotografia. Legendas em português.


Tio Yanco
(Oncle Yanco), de Agnès Varda, 1967, 18’


“É um retrato-reportagem do pintor Jean Varda, meu tio. Na periferia aquática de São Francisco, centro intelectual e coração da boemia, ele navega com velas latinas e pinta cidades celestes e bizantinas, pois é grego. No entanto, ele é muito ligado ao movimento jovem americano, e recebe hippies na sua casa-barco. Sobre como eu descobri o ‘meu tio da América’ e o quão maravilhoso ele é, é o que mostra este curta-metragem em cores.” (Agnès Varda). Legendas em português.

A CACHAÇA

Após os filmes, será servida no cinema uma degustação da Aguardente Claudionor, cachaçaria apoiadora do evento há 1 ano. A Claudionor é produzida em Minas Gerais, na cidade de Januária, desde 1925, e foi eleita a 3ª melhor cachaça do Brasil no ranking 2009 da Revista Playboy. Uma cachaça de alto nível!

A FESTA

O aniversário de 7 anos requer uma comemoração à altura. Por isso, excepcionalmente nesta sessão, a festa de aniversário acontecerá, pela segunda vez, na Gafieira Elite, tradicional casarão da década de 30 onde a noite pode durar até quando corações e corpos festeiros agüentarem.

Conduzida por DJ H, que completa 1 ano a frente do Cachaça, terá show da banda Rockz (www.myspace.com/rockz1), que apresentará seu recém-lançado cd “Tão sonhada bicicleta”. É difícil destacar alguma faixa, mas com certeza a eletrizante e sarcástica "Tô planejando” é impagável. Além de ser o carro-chefe do novo disco, já circula na internet em um divertido videoclipe (http://www.youtube.com/watch?v=AVtYbvg2sDI).


A banda é composta por músicos experientes, como o baterista Pedro Garcia (ex-Planet Hemp e ex-Lobão), o baixista Daniel Martins (ex-Lobão) e os guitarristas Bruno Pederneiras e Gabriel Muzak (ex-Funk Fuckers e ex-Seletores de freqüência), também vocalista. A noite ainda contará com outras surpresas musicais. Combinação imbatível: ingresso barato, cerveja a preços módicos (3 garrafas a 10 reais) e música de primeira qualidade.



CONTATO:

Débora Butruce/99996392 -
debora@cachacacinemaclube.com.br

Karen Barros/91882892
karenblacbarros@gmail.com

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