17.11.11

CACHAÇA CINEMA CLUBE
 23 DE NOVEMBRO DE 2011
 SESSÃO OCUPAÇÕES E MOVIMENTOS

Uma onda de mobilizações toma conta do mundo. Em diversos pontos do planeta, pessoas acordam de suas vidas monótonas e se auto-organizam, lutam por direitos, reivindicam mudanças, preparam um futuro diferente. Vivemos tempos propícios para a contestação, saudáveis de ideais e, mesmo diante de tanta incerteza, plenos de esperança.

O Rio de Janeiro tomou parte nesse movimento global. Bem na frente de nossos olhos, a juventude carioca se organiza, sintonizada com a busca de toda a humanidade por tempos melhores, mais justos. Busca reconhecida e incentivada pelo Cachaça Cinema Clube. Aproveitamos o momento histórico para prestar uma homenagem às lutas populares e aos seus heróis. Para a sessão de novembro, o cineclube programou quatro curtas que têm como temática central as mobilizações sociais. Feitos em diferentes épocas, usando recursos variados, mas antenados com as lutas políticas, os filmes dão uma idéia do que foi a origem das mobilizações no Brasil, chegando às modernas formas de ativismo cibernético.

Destaques

"La Marcha", de Pedro Bronz, registra o levante popular que aconteceu em Chiapas, no México, e a grande marcha por ele organizada que abalou as estruturas políticas daquele país. Trazendo o foco mais para perto, "Não começou em Seattle, não vai terminar em Quebec", é um marco do cinema colaborativo e até hoje referência de vídeo combativo. Feito com a atuação do Centro de Mídia Independente, o curta é o retrato da primeira manifestação no Brasil contra a ALCA, Área de Livre Comércio das Américas, que ocorreu em São Paulo no dia 20 de abril de 2001. Através de relatos e entrevistas com figuras conhecidas, o documentário “Cadê o bonde?! – O Manifesto” acompanha a reivindicação pelo retorno do bonde e escancara a verdade dos fatos que propiciaram o trágico acidente ocorrido em setembro deste ano. A sessão fecha com o premiado "Libertários", de 1976, média-metragem dirigido por Lauro Escorel que conta a história dos movimentos anarquistas no Brasil. O filme registra o nascente operariado brasileiro, concentrado em São Paulo, e o início de sua luta por direitos e dignidade.

Os filmes 



 
La marcha, de Pedro Bronz, 2002, 5’


No início do milênio, um levante popular em Chiapas, no México, mostrou ao mundo a urgência das questões sociais naquela região. Pedro Bronz pegou sua câmera e foi atrás de imagens que pudessem explicar os motivos, as vontades e a justeza de um movimento que abalou a política daquele país.

 
Não começou em Seatle, não vai terminar em Quebec, de CMI, 2001, 22’

Quando as câmeras de vídeo começaram a se tornar acessíveis e os computadores mais presentes, a juventude começou a descobrir a potencialidade do uso político dessas tecnologias. Em um protesto contra a ALCA, em São Paulo, o coletivo CMI estava presente e registrou a covarde repressão das forças da reação contra as reivindicações legítimas dos movimentos sociais. O resultado é um vídeo considerado um marco desse tipo de ativismo.

 
 
Cadê o bonde?! – O Manifesto, de Raniere Figueiredo, 2011, 10’

Duas semanas após o acidente do bonde, onde 6 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas, ocorreu a primeira de um ciclo semanal de manifestações organizadas pelos moradores e amigos do bairro. O filme registra esta manifestação.

 
Libertários, de Lauro Escorel, 1976, 29’


O filme descreve - apoiado em fotos, filmes e músicas da época - a influência do movimento anarquista na conscientização do nascente operário brasileiro, em fins do século XIX e início do século XX. Nesse tempo, no estado de São Paulo, o acelerado processo de industrialização forma um proletariado urbano, com marcada presença de imigrantes italianos de formação anarquista. Organizados, conseguem expandir seu movimento e promover as primeiras greves, a fim de obter acordos e melhores condições de trabalho.

A festa

Após os filmes, a noite segue com a tradiconal degustação de Aguardente Claudionor e da batida de gengibre do boteco Belmonte. Para celebrar os diversos levantes pelo mundo e embalar os ocupantes da Cinelândia convidamos o Coletivo Joaquim 71 e o cancioneiro de guerrilha Negro Leo, que promoverá uma interação revolucionária com o público insurgente. O Coletivo Joaquim 71 “é um grupo multi-plural que conta com a participação de diversos artistas com o objetivo de intervir em espaços livres, que busca promover alegria e interação com o público local” (http://www.myspace.com/xacaxacaharebol). Já a abordagem de Negro Leo, o arauto do ruindo como revolução, “é na direção de um ouvido triplamente qualificado enquanto sentido, memória e educação musical- cultura” (http://www.youtube.com/user/avamusyk).

A bilheteria só funciona até às 22h. Sujeito a lotação. Evite filas: chegue cedo ou compre seu ingresso antecipado.

Serviço

Cachaça Cinema Clube
23 de novembro de 2011, às 21h no Cinema Odeon Petrobras
Praça Floriano, 07 – Cinelândia.
Entrada: 14 reais (inteira) / 7 reais (meia)
www.cachacacinemaclube.com.br
cachacacinemaclube.blogspot.com