CACHAÇA CINEMA CLUBE
14 DE ABRIL DE 2010
SESSÃO SAMBISTAS CARIOCAS
O Cachaça Cinema Clube de 14 de abril é dedicado aos sambistas cariocas. Heitor dos Prazeres, Aniceto do Império, Candeias e Paulinho da Viola são alguns dos músicos que serão apresentados na noite. Indiretamente a sessão revisita e presta homenagem ao Rio antigo e demonstra que a Praça Onze nem sempre viveu só de alagamentos. Se com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 (e a inclusão do Rio no roteiro do catastrófico blockbuster 2012) o futuro da cidade maravilhosa nunca foi tão incerto e fruto de atribulações de toda sorte, talvez seja hora de rever o Rio antigo, suas práticas e modo de vida, com o intuito de iluminar um pouco o seu futuro.
O sentimento de uma perda irreparável é comum entre os cariocas que se debruçam sobre o passado do Rio. Mas o saudosismo (palavra que pode ser ouvida diversas vezes durante o filme sobre Heitor dos Prazeres) não é o leitmotiv desta sessão, mas sim a cadência do samba e a elegância dos antigos sambistas. Partido Alto, Império Serrano, Velha Guarda da Portela, Mangueira, Praça Onze são algumas das entidades do samba carioca que poderão ser visitadas e reverenciadas no dia 14 pelo público do Cachaça Cinema Clube.
Destaques
Destaque para Heitor dos Prazeres, de Antonio Carlos da Fontoura e Dia de Alforria de Zózimo Bulbul, filmes que expressam muitíssimo bem a rotina dos sambistas antigos, pessoas modestas, artistas dedicados, loquazes e elegantes.
Destaque ainda para um filme surpresa que mostra a veia sambista de um dos mais queridos e talentosos humoristas brasileiros.
Filmes
Aniceto do Império, compositor e fundador da escola de samba Império Serrano, fala de sua intensa produção musical, inspirada na música dos escravos do século XVIII, e de suas lutas sindicais como estivador do cais do porto.
Partido Alto, de Leon Hirszman, 1976-82,22'
Concebido em estreita colaboração com Paulinho da Viola, Partido Alto é um documento histórico e sincera homenagem à "expressão mais autêntica do samba", como Candeia define esse gênero musical, marcado por improvisações. Esse filme precioso de 1976, além de fixar a manifestação de certa pureza musical, a simplicidade e a comunhão da gente do samba, com depoimentos marcantes da velha guarda, firma posição contra a crescente padronização do samba, imposta pelo mercado.
Heitor dos Prazeres, de Heitor dos Prazeres, 1965, 14'
Memórias do sambista popular e pintor naif Heitor dos Prazeres em seu ateliê na Cidade Nova, bairro que procurou eternizar em seus sambas, seus quadros e suas recordações.
+ filme surpresa!
A festa
Após os filmes, acontece a tradicional degustação de Aguardente Claudionor, caninha mineira da cidade de Januária, eleita a terceira melhor cachaça do Brasil.
Um andar acima, DJ H encarna Zé Pelintra entre outras entidades musicais e boêmias para fazer as colunas balançarem ao som de muita música black, incluindo o samba.